'O Prazer Dos Olhos'
O prazer dos olhos, lançado originalmente pela editora Cahiers du Cinéma, revela a paixão de François Truffaut (1932-84) pelo cinema e mostra que ele escrevia tão bem como filmava. Os artigos reunidos nesse volume abrangem um período bastante amplo de sua atividade crítica, abordando os diretores e críticos que François Truffaut admirava – como Jean Renoir, Alfred Hitchcock, Orson Welles, André Bazin, Henri Langlois –, os atores com quem trabalhou e os problemas do cinema francês de sua época.
Truffaut viveu num tempo em que fazer filmes significava refletir sobre o cinema e seu papel transformador do mundo. Seu primeiro filme, Os incompreendidos, de 1959, seria avaliado mais tarde como uma espécie de prenúncio das grandes transformações pelas quais a cultura e o comportamento passariam na década seguinte. Na França, a concepção de que escrever crítica era um modo de fazer cinema reuniu um grupo de jovens talentosos para formar o movimento da Nouvelle Vague.
Junto com Jean-Luc Godard e Jacques Rivette, Truffaut foi um dos mais célebres representantes desse movimento. Pouco antes de morrer, em 1984, vítima de um câncer cerebral fulminante, Truffaut tinha o plano de lançar uma coletânea de artigos que seria o prolongamento de seu livro Os filmes de minha vida, de 1975. Não conseguiu levar adiante esse projeto, mas as anotações que deixou orientaram Jean Narboni e Serge Toubiana, também críticos de cinema, na montagem desse livro.
Entre os grandes cineastas franceses, o diretor de Jules e Jim e Uma noite americana foi, sem dúvida, um dos que mais escreveu sobre cinema, tanto como crítico e polemista virulento quanto como ensaísta. Desempenhou essa atividade com o mesmo prazer que tinha ao dirigir um filme.
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