Fotografar é uma operação progressiva da cabeça, do olho e do coração para exprimir um problema, fixar um evento ou impressões.
Um evento é tão rico que dá-se voltas em torno dele enquanto se desenvolve. Procura-se a sua solução. As vezes encontra-se em alguns segundos, às vezes ela demanda horas ou dias, não existe solução padrão, nada de receitas, é preciso estar pronto, como para o tênis.
A realidade nos oferece uma tal abundância que devemos cortar ao vivo, simplificar, mas cota-se sempre o que é preciso cortar? É necessário alcançar, trabalhando, a consciência do que se faz. Algumas vezes, a gente tem a impressão de que tirou a fotografia mais forte e, contudo, continua a fotografar, sem poder pre- ver com certeza como o evento continuará a desenvolver-se.
Será preciso evitar metralhar, fotografar rápido e maquinal- mente, sobrecarregar-se assim de esboços inúteis, que entulharão a memória e perturbarão a nitidez do conjunto.
Henri Cartier-Bresson
O imaginário segundo a natureza é a primeira recopilação, em um único volume, dos textos mais significativos de Cartier-Bresson (Chanteloup, 1908), entre eles "O instante decisivo" e "Os europeus".
Também inclui artigos que destilam com a mesma intensidade e imediatidade visual suas viagens a Moscou e China, ou os que dedica a seus amigos André Breton, Alberto Giacometti ou Jean Renoir.
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