Entre os séculos IX e XIII, a Indochina testemunhou o surgimento de um dos mais poderosos e fascinantes impérios de sua história: o dos khmer.
São prova da grandeza. e do esplendor dessa civilização os muitos prédios espalhados por uma região que, além do atual Camboja, inclui o Laos e parte da Tailândia. Embora influenciados pela Índia, os khmer criaram uma cultura própria, valendo-se de seu patrimônio ancestral e adaptando à sua realidade as tradições hindus e budistas.
Como expressões surpreendentes de seu sentimento há os templos, estruturas únicas construídas em materiais resistentes tijolos e pedra além das moradias dos imortais Senhores do céu. Além da beleza arquitetônica, plástica e decorativa dos templos, a localização aumenta o interesse: inspirados em um simbolismo cósmico destinado a garantir a fertilidade da terra e a prosperidade do reino, os palácios dos deuses foram situados no centro de espelhos d'água mais ou menos amplos, ligados entre si por uma rede de canais alimentada por um complexo sistema hidrográfico.
É precisamente esta trama aquática a característica única do império khmer, cujo centro é o vale de Angkor, transformado no maior produtor de arroz da Indochina.
Essa atividade quase inacreditável foi fruto de uma feliz união de tradições simbólicas e necessidade práticas, e era administrada por soberanos geniosos e belicosos, que se inspiravam nas concepções indianas de realidade absoluta e nos cultos autóctones dos espíritos do local e dos antepassados divinizados. Os templos, que obedeciam rigidamente a regras mágico-religiosas, conjugavam as forças divinas na Terra e transformavam o soberano reinante em (…)
AVALIAÇÕES LEITORES