Os Nascimento de São Paulo
Muito já se escreveu sobre a fundação de São Paulo, mas nada tão inovador e polêmico como as abordagens que os sete especialistas da história da maior metrópole da América do Sul apresentaram no seminário Os Nascimentos de São Paulo, realizado em dezembro de 2003. São pontos de vista originais sobre os fatos que foram tão pouco lembrados na celebração dos 450 anos da cidade, como as múltiplas fundações, os aspectos estratégicos e místicos do sítio de Piratininga, o sólido legado indígena, a transitoriedade permanente e os aspectos autofágicos de São Paulo. Em Os Nascimentos de São Paulo, lançamento da Ediouro organizado pelo jornalista e escritor Eduardo Bueno, o leitor vai conhecer essas teorias que abrem novos horizontes e facilitam a compreensão da cidade nos dias atuais.
“Agora que a cidade está mais madura, é preciso refletir até que ponto o ritmo das transformações escapou do controle de uma sociedade civil pouco afeita a defender seu patrimônio histórico e cultural ou se, ao contrário, tantas mudanças foram reflexos da própria vontade popular”, afirma Bueno. Os sete textos têm em comum, além da solidez dos argumentos, abordagens desvinculadas da historiografia vigente, o que garante uma leitura cheia de surpresas. A obra começa com Aziz Ab`Saber, o mais consagrado geógrafo do Brasil, guiando o leitor numa viagem geológica de incontáveis milênios, ao longo dos quais deu-se o processo que resultou no “nascimento” do chão de Piratininga. A seguir, Benedito Prezia (historiador ligado ao Conselho Indigenista Missionário) fala sobre o passado indígena de São Paulo, esclarecendo por que muitos nomes de bairros, rios e montanhas (Pacaembu, Ibirapuera, Jaraguá etc) ecoam vozes tupis. Os inúmeros aspectos simbólicos, astrológicos e místicos que cercaram o nascimento da Casa de Piratininga são abordados por Luiz Augusto Kehl, numa jornada de revelações que continua com o texto de Maria Aparecida Lomônaco sobre a trajetória do pátio do colégio.
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