Edgar Allan Poe (1809-1849) não é apenas o criador de um gênero literário que se tornaria popular - o romance policial. É um escritor extraordinário. Sombrio e sofisticado, navega pelo universo do terror, da loucura e da perversidade com uma peculiaridade rara: sua fantasmagoria nada mais é, como registra o conto "O gato preto", do que a "sucessão ordinária de causas e efeitos muito naturais". Assassinatos na rua Morgue, publicado pela primeira vez em 1841, é o marco fundador do personagem que, a partir do pensamento lógico, desvenda situações criminais complexas, aparentemente insondáveis.
O raciocínio do "detetive" Auguste Dupin (não se trata de um policial exercendo o seu oficio) desafia o que paralisa a própria polícia: a força portentosa e a agilidade surpreendente do assassino, a ferocidade brutal discrepante da natureza humana ea ausência de motivo.
Mais do que inspirar personagens como Sherlock Holmes, entre tantos outros, Edgar Allan Poe percebe existir em cada um de nós o investigador diletante que não se conforma com a incapacidade de compreender o incompreensível e de explicar o inexplicável. Luís Francisco Carvalho Filho Advogado e colunista da Fol
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