Quando lançado, em 1969, este livro se tornou best-seller e foi saudado como a consagração definitiva do talento de Philip Roth.
A crítica, porém, teve certa dificuldade em classificá-lo. Seria 'literatura séria' ou apenas humor? Não era a primeira vez na história do romance que um livro engraçadíssimo parecia uma obra importante; mas havia ao menos dois elementos que causavam estranheza.
Em primeiro lugar, o traço caricatural na construção dos personagens lembrava o humor dos grandes comediantes judeus da época, como Lenny Bruce e Woody Allen, que se apresentavam em boates; ao mesmo tempo, porém, a interioridade do narrador-protagonista era de grande densidade.
Em segundo lugar, era inegável o desconforto causado pela centralidade do autoerotismo no enredo - o incesto é um tema respeitável desde a tragédia grega, e o homossexualismo ganhava cada vez mais espaço naquele conturbado fim de década em que nada parecia ser proibido - mas masturbação, definitivamente, não era matéria apropriada para um romance com pretensões artísticas.
AVALIAÇÕES LEITORES