Livro: Veneno de Ornitorrinco - Evandro Alves Maciel - Sebo Online Container Cultura

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Veneno de Ornitorrinco

Descrição do Livro

  • Autor: Evandro Alves Maciel
  • Editora: Patuá
  • ISBN: 9788582972489
  • Estante: Poesia
  • Idioma: Padrão
  • Peso: 220g
  • Ano: 2015
  • Dimensões: 21.00 x 14.00 x 0.00 cm
  • DESCRIÇÃO: - Livro Usado, higienizado e embalado termicamente. - Manchinhas no interior das capas, causadas pela ação do tempo.
  • Localizador: 42704 / C-A-7-2

História do Livro

Veneno de Ornitorrinco

O simbolismo de “Veneno de ornitorrinco”
O livro de estreia de Evandro Alves Maciel, “Veneno de ornitorrinco” (Patuá, 2015) revela um autor atento ao conteúdo e à forma (mais esta do que aquela). É um bem-sucedido conjunto de poemas de cunho existencialista, que ultrapassa as veleidades prosaicas dos nossos dias.
O trabalho causa admiração por debutar num estilo simbolista, à sombra da Modernidade de Baudelaire e das vanguardas de fim do século XIX, princípio do XX. De fato, a atmosfera de sonho que paira em vários dos poemas do volume, com o auxílio de uma linguagem corajosa, pega o leitor pela alma, mais do que pelo raciocínio, como deve ser toda obra de arte.
Há uma série de poemas no livro chamado “Mar-ritmo.:”, em que o autor faz transbordarem alguns elementos do Simbolismo, como, na forma, a aliteração, com a qual ele experimenta e se diverte. É um exemplo o poema XIV: “fruo a falta de freio/ fluo a febre da flauta// danço, deriva a que tendo/ densa, te(n)são que me acalma.// fluo do freio a falta/ fruo da flauta a febre// denso, tendo à deriva// danço, te(n)são dos caminhos.”
Este poeta que escreve “sobre o nada” (“Runas.:”) tem como eu-lírico alguém que atravessa o fundo das coisas da vida e da morte. No poema que abre o livro está concentrado todo o sentido desse trabalho. Ele se chama “Entre-Fim.:” e tem mesmo no corpo a palavra “símbolo”.
“Como se pendesse, de repente, distraído
sobre o chão imenso em sonho tornado;
vendo mentalmente o símbolo perdido
de uma existência um tanto miserável;
rodavam, liquefeitos, os feitos memoráveis
e outros que a lembrança não mas alcançava.
Pássaros ferviam suas asas sob o céu
revelando, assíduos, um desenho tenebroso;
cortavam o ar como se minha pele fosse
enquanto eu dormitava feito pedra, vagaroso;
mármore extinto, grande rocha lapidada,
mergulhado no silêncio da mesma e velha estrada.
Este quadro, assim, tragicamente apresentado
rio correndo em círculos de forte correnteza
- vazio de qualquer matéria organizada -
desfazia em suas águas meu olhar perplexo,
perfazendo eternamente o trabalho ancestral
de sugar o que eu não fora, para o mar abissal.
Não houve luta em meu sonho-tornado.
Em sua última volta, solo avesso,
entrevi claramente, num átimo,
tal beleza:
o meu de mim, o mais próprio, o singular
recolhido para cima e reparado, refluía enfim,
recompondo-se com o todo que o conserva.
Entendia:
era meu almejado fim.”
Evandro Alves Maciel escreve com beleza e audácia, com metáforas belíssimas, algo que muitas vezes escapa ao utilitário do poema contemporâneo. O título do livro, “Veneno de ornitorrinco”, também emula uma formulação simbolista, causando o estranhamento do leitor. Por que veneno, e logo de ornitorrinco? O autor, em posfácio, descreve: “Paradigma do paradoxo, sua absurda e maravilhosa existência é a constrante crise de abstração e a vitória simples da singularidade.”
“Veneno de ornitorrinco” é um dos livros que compõem a segunda Coleção Patuscada, publicada com recursos do ProAc – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo.

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