Quem leu O livreiro de Cabul. de Åsne Seierstad. precisa conhecer ? urgente! ? Eu sou o livreiro de Cabul. ajuste de contas escrito pelo próprio livreiro. Shah Muhammad Rais. O primeiro ? best-seller mundial ? narra o dia-a-dia de uma família afegã num país submetido à guerra e à violência dos costumes. Este é o tão esperado depoimento do livreiro. protagonista de vida devassada. que a jornalista norueguesa descreveu de forma polêmica em seu livro-êxito.
Rais se mostra insultado. traído. e lamenta uma interpretação que. segundo ele. se equivoca na essência. culpando-o com gravidade. quando. explica. cada ato seu é ditado pela realidade que o circunda e à qual ele não pode escapar. Adotando a narrativa como um diálogo permanente com figuras mitológicas da Noruega. os trolls (entidades mágicas onde a verdade é buscada para que a justiça se restabeleça). de alguma forma Shah Muhammad Rais chega à ironia máxima: o que foi denúncia deve ser denunciado; a acusadora virou acusada.
O autêntico Livreiro sugere aqui que. se Seierstad não soube enxergar as profundas diferenças entre uma pátria rica e confortável. a Noruega. e um Afeganistão torturado por pressões sociais e religiosas. cometeu. mais que um livro. mais que um escândalo. um crime ? um crime sem punição possível. que somente poderá ser abrandado com a mesma arma que ela usou: um livro.
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