E freqüente que os moradores de uma ci- dade a vejam com olhos já condicionados pelas rotinas do cotidiano. No caso de uma metrópole como São Paulo, as pessoas se focalizam em um círculo mais ou menos restrito de relações, dificilmente alcançando uma visão mais ampla de seus espaços Como a antropologia poderia ajudar os cidadãos a redescobrir sua própria cidade?
Essa coletânea de ensaios, organizada por José Guilherme Magnani e Lilian de Lucca Torres, traz certamente muitas reflexões estimulantes nesse sentido Abordando te mas relacionados a práticas do lazer e da religião, Na Metropole conduz o leitor à his- tória de bairros como o Bexiga, que de abrigo para negros e imigrantes passou a ponto de encontro de intelectuais e artistas; ao conhecido cruzamento da Paulista com a Consolação com sua alta concentração de ofertas de lazer: ao contraste entre as casas de forró e as danceterias; aos "espaços sagrados recriados na cidade para a prática do candomblé; ao universo dos circuitos cinematográficos e ao ambiente das torcidas de futebol buscando resgatar uma lógica comum a esse aparente caos, essa diversidade própria das grandes metrópoles.
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