Gilberto Gil apareceu no cenário musi cal brasileiro em meados da década de 60 Despontou fazendo a louvação de temas sociais que inquietavam boa parte da juventude de classe média, intelectualizada e politicamente engajada. Sorriso de bom moço baiano, com seu violão arrebatou festivais de música popular brasileira Tocou em frente, radicalizou posições e levantou sua questão de ordem tropicalista. De roupas coloridas, explosivo, com sua guitarra eletrizou outros tantos festivais chocando puristas defensores das chama das raízes nacionais. Explodiram com ele outros tantos jovens corações futuristas contestatários da cultura e da moral instituídas Incomodou, foi preso, exilou-se em Loddres, já no final do sonho dos anos 60 Voltou ao Brasil e, ainda sob as cinzentas nuvens da repressão, pôs a circular seu expresso, percorrendo filosofias orientais progresso tecnológico, ecologia, negritude recuperação do Homem e do amor. Revisitouse, revolveu raízes baianas, africanas internacionais. Redescobriu a festa, o rito a alegria, refestelou-se. Acertou o passo com a nova geração do black jovem. Popu- larizou-se, mantendo alto nível de sofisti cação em suas composições. Chegou ainda mais perto da moçada, s. realçando a beleza, o prazer, o homem no vo. Um Gil múltiplo, cósmico, sempre jovem, sempre se questionando, se refazendo. Quem o apresenta aqui, em Literatura Comentada, é Fred de Góes, mestre em Co municação e professor de Teoria Literária da UFRJ, acompanhado por Nelson Motta, estudioso da música popular
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