Pedro Braga, neste livro, deixa-se contagiar por esse clima lúdico e propõe uma leitura não só política, mas também filosófica, demonstrando possuir o instrumental necessário advindo da Teoria Literária e da literatura comparada.
Erudito, sem ser pretensioso, ele conduz o leitor a uma caminhada intertextual, muitas vezes por sendas inusitadas, passando por Shakespeare e Edgar Allan Poe. Ele também se diverte ao deslindar certas charadas propostas por Carroll, e alguns enigmas explícitos ou subjacentes nas duas histórias geniais do professor de Oxford. Pedro Braga propõe também ousadas possibilidades de interpretação, com fundamento na lógica e na matemática. Livro sério sem ser sisu so, escrito em um tom de quem faz (ou participa do) jogo carrolliniano, demonstrando grande rigor em sua abordagem bem fundamentada, ele pretende, destarte, desvendar o que se esconde por trás do espelho do País das Maravilhas.
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