Berkeley nega que reste algo se extrairmos todas as qualidades de um objeto, tanto as primárias (extensão, consistência) como as secundárias (cores, sons, etc), considerando-as produto de nossos sentidos. E como as qualidades dos corpos dependem da nossa mente, não podemos atribuir aos corpos mesmos a atividade de causar sensações em nós. Então, para Berkeley, é Deus que causa em nós as impressões. O que pensamos serem corpos não têm existência real, existem apenas como impressões em nossa mente.
Esse pensamento é frontalmente contrário ao que Immanuel Kant desenvolveria cerca de cinqüenta anos depois, sustentando que algum material é causa do conhecimento sensivel e está investido das qualidades percebidas. Kant acredita inteiramente que os corpos existem sem nós, ou seja, existem coisas que, apesar de inteiramente desconhecidas para nós, sustentam as qualidades com que as conhecemos.
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