Décimo oitavo livro publicado por Rubem Fonseca (o nono de contos), A Confraria dos Espadas reúne oito narrativas cujo tema é o prazer e/ou a morte.
Na primeira, ?Livre-arbítrio?, um homem escreve cartas explicando com orgulho prazeroso de que maneira se põe a serviço de mulheres que querem encontrar a morte. Em termos simples, ele sugere o fundamento filosófico de suas ações: ?Não se trata de terminar com a vida de uma pessoa que sofre de uma doença incurável ou de um sofrimento intolerável, de levá-la ao suicídio [. . . ]. O livre-arbítrio no ato de encerrar a vida só é autêntico se a pessoa é tranqüila, saudável, lúcida e gosta de viver?.
Aqui a soberania do ato de escolher é exercida com radicalismo, mas ainda assim o conto fornece uma chave de leitura para os outros: com variações no grau de explicitação, em todos eles há situações nas quais a escolha reflete com nitidez o modo de ser dos personagens. De todo modo, o pulso firme que os comanda é o do autor, que tem no domínio do ritmo narrativo uma de suas armas mais fortes.
Nos narradores de Rubem Fonseca brilha um aguçado senso de medida quanto às informações a serem distribuídas ao leitor: eles controlam o que e quando contar, tensionam ou distendem a história, criam uma espécie de onda rítmica para apanhar o leitor e levá-lo ao desfecho. ?Cada livro dele não é só uma viagem que vale a pena: é uma viagem de algum modo necessária. ? Essa frase de Thomas Pynchon sobre Rubem Fonseca se confirma com A Confraria dos Espadas.
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