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Flávio Luis Ferrarini foi um poeta, cronista, contista, autor de narrativa infanto-juvenil, jornalista e publicitário brasileiro, conhecido por retratar em poemas sua vivência interiorana e por ter recebido elogios entusiásticos do poeta e crítico JoséPaulo Paes, publicados no livro "Os perigos da poesia e outros ensaios", que o apontou como uma alternativa à pasteurização de uma certa poesia pseudo-vanguardista e dita cosmopolita.
Autor de uma poesia muitas vezes quase minimalista, muitas vezes epigramática, Flávio Luís Ferrarini é um mestre dos poemas breves e irônicos, temáticos, críticos aos costumes interioranos mas também à arrogância da metrópole e a um certo progresso destrutivo, observado também nas alterações das paisagens do interior. Por seu viés interiorano, que o levaria a um certo mergulho no seu próprio interior para polir as rudezas do mundo externo, José Paulo Paes o considera como pertencente a uma linhagem drummondiana, mas muitos preferem considerá-lo um Manoel de Barros gaúcho, por sua predileção pelas coisas pequenas da natureza e pela forma inusitada como em seus poemas certos vocábulos deslizam do seu uso ortodoxo para novas relações sintagmáticas, de acordo com possiblidades apontadas e/ou correntes na oralidade regional. Alguns poemas, como "Cidade pequena", fogem do seu mais comum estilo breve, explicitando uma interessante forma de primitivismo que lembra bem as ilustrações de Tarsila do Amaral para o livro Poesia Pau- Brasil, de Oswald de Andrade.
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