Vou contar de maneira simples: recebeu aquilo como um golpe efetivo e brutal. Os olhos se abalaram, ficaram maiores e mais profundos, inseguros pelo medo; ela não era capaz de reagir, sendo como era uma forma de reação. Lembro também suas palavras, como sempre adequadas. “Não me deixe murmurou. Agora, as escrevo e me lembram as outras três que escrevi mais acima, também me referindo a Delia, aquele “Por favor, não’ com que a vitima plica. E agora, como então, não fui capaz, pelo menos, de moderar o dano. Além dos olhos também a voz de Delia se transtornou. Vinha do fundo da garganta, escutava-se como se pertencesse a outra pessoa e parecia um ronronar quebrado e lastimoso. E me lembro como, apesar de tudo, lutava para conservar seu matiz: era ela quem falava, ainda que parecesse estar a ponto de ser outra. Pegou minha mão. “Não me deixe”, repetiu. Talvez sem se dar conta, com isso queria sublinhar suas emocões, ja bastante eloquentes.
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