Nascer, crescer, envelhecer e morrer são etapas de todo destino e só a ficção permite imaginar outros rumos.
F Scott Fitzgerald (1896-1940) fantasiou a inversão da seta do tempo em Ocurioso caso de Benjamin Button, a saga de um homem que nasce velho e morre bebê.
O autor conquistou fama aos 23 anos com um romance sobre a ascensão de um jovem como ele, impaciente para conquistar o mundo. Logo encon- trou mais de um estímulo para assumir o papel de icone de uma era, os anos 1920 louca, impulsiva e acelerada. Uma nota em seu diário diz: "A felicidade depende do bom desem penho das funções naturais, exceto uma envelhecer".
Sua morte, aos 44 anos, exemplifica o lema "viva rápido, morra jovem", um modo até hoje eficaz de alcançar a imortalidade. O curioso caso de Benjamin Button, publicado em 1922 combina fantasia e realismo para anunciar a busca por rejuvenescimento que convertemos em obsessão.
Não falta porém, melancolia aesta fábula que inverte a cronologia para concluir que no fim das contas tanto faz ganhar ou perder. Cássio Starling Carlos Crítico da Folha
AVALIAÇÕES LEITORES