Livro: UM HOSPÍCIO NO JAPÃO, V.1 - MORIO KITA - Sebo Online Container Cultura

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UM HOSPÍCIO NO JAPÃO, V.1

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História do Livro

Uma breve história do livro UM HOSPÍCIO NO JAPÃO

A copa, ou melhor dizendo, a cozinha nos fundos do Hospital Nire estava em rebuliço, pois a refeição do meio-dia estava sendo preparada. Quatro panelas monstruosas fumegavam em cima do fogão; cabia uma arroba de arroz em cada uma, o que não era de espantar, uma vez que a família, empregados e outros dependentes do hospital somavam quase uma centena, e havia trezentos e trinta e oito pacientes e todos eles tinham de ser alimentados.

O fogo tinha sido apagado há algum tempo e a água borrifada nas cinzas e nos restos de lenha que ainda jaziam dispersos aqui e ali no chão de concreto em brasas dormentes.

Esta desordem era um tributo à dedicação dos que preparavam a comida. Sem dúvida não tinham tempo para preocupar-se com essas coisas e também, o que é mais importante, isso era tarefa do velho, o velho Isuke, que preparava a comida do hospital há uns quinze anos e que, como geralmente acontece com gente assim, era um cabeça-dura rabugento que não deixava os outros meterem o nariz nas coisas dele.

Depois de manter todos na expectativa por alguns momentos, Isuke, vagarosa e majestosamente, levantou a tampa pesada do primeiro gigantesco caldeirão. Espessas nuvens de vapor escaldante, com seu cheiro pegajoso e tão conhecido, juntaram-se ao ar já carregado da cozinha.

Isuke ergueu a grande colher de pau com ambas as mãos e, como se manejasse um remo, mergulhou-a num balde de água quente e começou a mexer o arroz crescido e quente que estava no ponto. Para poder enfiar a colher até o fundo do caldeirão, o minúsculo Isuke foi obrigado a subir num banquinho de madeira e, à medida que mexia o arroz, a grande corcunda que tinha nas costas aparecia, projetando-se mais e mais quando ele se debruçava.

Suas roupas também só inspiravam repulsa. Como ele estava encarregado da comida, seria de se esperar algum resquício de higiene, senão de estilo, em sua pessoa, porém seu quimono surrado estava tão encardido que era difícil adivinhar se algum dia fora listrado, e a mesma dúvida pairava a respeito do avental grosseiro que usava.

Esse escuro motivo estendia se às suas mãos e ao rosto, tão empregados pela fuligem, ao longo de anos de trabalho, que ofereciam um surpreendente contraste com a cor do arroz recém-cozido. A maneira francamente profissional de remexer o arroz ressaltava o estranho, o absurdo mesmo, da sua presença e algo dava também uma impressão 

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